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Fotografia ambiental como ferramenta de conservação e conscientização

No Dia Mundial do Meio Ambiente, conheça fotógrafos que mobilizaram o Brasil e o mundo em prol da natureza

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A fotografia é peça-chave para a educação ambiental | Foto: Artur Moês

por:Artur Moês (CCS/UFRJ)
publicado em: 05/06/2025ultima edição: 05/06/2025

No Dia do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, é essencial refletir sobre o poder da fotografia ambiental como instrumento de preservação e educação. Ao registrar tanto a beleza quanto a fragilidade dos ecossistemas, fotógrafos ambientalistas sensibilizam o público e influenciam políticas de conservação, transformando imagens em ferramentas de transformação.

A natureza é uma das maiores riquezas da humanidade, explorada pela ciência, educação, arte e comunicação. Nesta data, a fotografia ambiental reafirma seu papel como aliada da preservação, documentando realidades que muitas vezes escapam ao olhar cotidiano.

Um dos nomes mais importantes da área no Brasil foi Luiz Cláudio Marigo, cujo trabalho inspirou gerações. Sua colaboração com a campanha do chocolate Surpresa, nas décadas de 1980 e 1990, popularizou a biodiversidade brasileira por meio de figurinhas colecionáveis, que se tornaram instrumentos de educação ambiental para milhões de crianças. Marigo também foi fundamental na criação da Reserva de Mamirauá, no Amazonas. Suas fotografias de espécies ameaçadas forneceram subsídios visuais para relatórios que garantiram a demarcação e proteção da área.

Recentemente, o mundo perdeu outro gigante da fotografia engajada: Sebastião Salgado, falecido em 23 de maio de 2024, aos 81 anos. Reconhecido globalmente por seu fotojornalismo focando em questões sociais, como migração e desigualdades, Salgado direcionou seu olhar para a natureza em seu projeto Genesis. A série revelou regiões intocadas do planeta, destacando paisagens remotas, vida selvagem e povos originários, marcando uma transição em sua carreira — das mazelas humanas para a esperança na conservação ambiental.

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Obras de importantes fotógrados inspiraram criação de reservas e projetos de reflorestamento | Foto: Artur Moês

Em parceria com sua esposa, Lélia Wanick Salgado, ele liderou um dos mais bem-sucedidos projetos de reflorestamento do mundo através do Instituto Terra. Juntos, promoveram o plantio de mais de 3 milhões de árvores nativas da Mata Atlântica, transformando terras degradadas do Vale do Rio Doce em florestas renascidas.

A obra desses mestres prova que a fotografia ambiental vai além do registro: é denúncia, conscientização e um convite à ação. Em um planeta enfrentando crises climáticas, suas lentes continuam a inspirar novas gerações a proteger nosso patrimônio natural — mostrando que cada imagem pode ser um passo em direção à mudança.