Eméritos 2024: Paulo Bisch
Professor do IBCCF se destacou pela inovação e contribuição à biofísica molecular na UFRJ

Em 2024, seis docentes do Centro de Ciências da Saúde (CCS) receberam o título de professor emérito. Para celebrar essa honraria, o CCS preparou uma série de perfis que destacam as trajetórias de dedicação à ciência e à educação desses profissionais.
Nosso quarto homenageado é Paulo Bisch, professor titular do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF), cuja pesquisa inovadora na área de biofísica molecular tem impactado o campo nacional e internacional.
Bisch ingressou no curso de Física na Universidade Federal do Rio Grande do Sul após se interessar pela área ainda no curso Técnico em Agrícola. Após se formar, em 1971, realizou o mestrado na mesma área no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e obteve seu doutorado em Ciências Físicas pela Universidade Livre de Bruxelas em 1980. Após um pós-doutorado na Universidade de Ulm, na Alemanha, em 1981, iniciou sua trajetória como pesquisador no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Em 1993, assumiu a posição de professor titular e chefe do Laboratório de Física Biológica no IBCCF da UFRJ, aposentando-se em 2023.
Oriundo de outra área do conhecimento, o professor encontrou na interdisciplinaridade novos rumos para suas pesquisas e, também, para a construção de um campo de estudo inovador e multidisciplinar. Inspirado por biofísicos e físico-químicos moleculares, Bisch teve suas ideias impulsionadas pela pesquisa computacional envolvendo modelagem e dinâmica molecular, realizando interfaces entre áreas como Física, Química, Matemática, Computação, Engenharia e outras áreas da Saúde.
Como pesquisador, publicou mais de uma centena de trabalhos, muitos com destaque em periódicos de prestígio, além de participar de congressos e outros projetos. Orientou 16 dissertações de mestrado e 32 teses de doutorado, e também supervisionou 9 estágios de pós-doutorado. Atualmente, orienta dois doutorandos, um mestrando e um graduando.
Bisch teve um papel importante em projetos de impacto internacional, como o Projeto Genoma, a Rede Proteômica do Estado do Rio de Janeiro e a instalação do Centro Nacional de Ressonância Magnética Nuclear (CNRMN). Em suas pesquisas o docente fez importantes contribuições para a biofísica molecular, com destaque para a introdução de técnicas como a dinâmica molecular aplicada ao estudo de moléculas biológicas, a microscopia de força atômica e a ressonância magnética nuclear, ferramentas que revolucionaram os estudos biológicos.
“A formação de jovens pesquisadores, desde a iniciação científica, mestrado, doutorado, até o pós-doutorado, sempre foi a preocupação central do nosso grupo, compondo uma equipe multidisciplinar com elementos em vários níveis de formação, com alunos oriundos de cursos de Física, Química, Biologia, Farmácia, Biomedicina e Biofísica. A mistura e o intercâmbio entre as várias formações podem ser considerados um dos pontos fortes do nosso grupo, contribuindo para uma formação única e abrangente em Biofísica, com ampla demanda atual, onde estudos quantitativos, modelos e algoritmos ditam os novos avanços das ciências biológicas e médicas”, explica o professor.
Ao longo de sua carreira, Bisch foi fundamental na criação de cursos inovadores, como o curso de graduação em Ciências Biológicas com ênfase em Biofísica, e se envolveu ativamente na administração da UFRJ, incluindo cargos como vice-diretor do IBCCF e vice-decano do CCS. O professor também se mostra entusiasmado com os avanços tecnológicos e as transformações na ciência que testemunhou, como o desenvolvimento de novas ferramentas. Ele destaca que a revolução digital e a inteligência artificial estão moldando um novo cenário para a biologia, um campo que se tornou mais integrativo e multidisciplinar.
“Em nossa Universidade, podemos dizer que muitos avanços estão sendo acompanhados de perto. Podemos nos orgulhar de ter participado de muitos deles, em especial dos métodos computacionais, das ciências ômicas e das microscopias. Na nossa área da saúde, devemos ressaltar a modernidade da infraestrutura instalada no Cenabio, envolvendo essas técnicas e aplicações, como as desenvolvidas no Centro de Pesquisas Medicina de Precisão – IBCCF e no Núcleo de Enfrentamento e Estudos de Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier)”, concluiu.
Confira os outros homenageados da série: